Um em cada dois fumadores pode morrer devido ao seu vício, mas o tabaco põe também em risco a vida dos não fumadores. Um estudo publicado em Abril de 2004, no British Medical Journal, aponta os efeitos nefastos do fumo passivo: «os adultos que estão diariamente em contacto com fumadores aumentam a sua taxa de mortalidade em 15% mesmo que nunca tenham fumado».
Estes são, sem dúvida, números e factos preocupantes, mas as consequências nocivas do tabaco não se ficam por aqui. Por outro lado, enquanto que os adultos parecem relativamente bem informados sobre os efeitos maléficos do tabaco, os jovens, em especial as raparigas, são o principal grupo de risco.
Assim, a necessidade de alertar mais e mais pessoas, principalmente aqueles que correm maior risco de aderir a este vício são preocupações de várias instituições e associações.
A União Europeia não ficou indiferente a este grave problema e, na Primavera de 2005, lançou, pela mão da Direcção-geral de Saúde e Protecção do Consumidor, a campanha «HELP – Por Uma Vida Sem Tabaco» que está ainda a decorrer.
Trata-se de uma campanha de informação e sensibilização sobre os efeitos prejudiciais do tabaco nos 25 estados membros da União Europeia dirigida, essencialmente, aos adolescentes, jovens adultos e aos que os rodeiam, sejam fumadores ou não.
Desenvolvida em parceria com organizações antitabagismo nacionais e locais por toda a Europa, e coordenada pela Rede Europeia de Prevenção do Tabagismo (ENSP – European Network for Smoking Prevention), a iniciativa «HELP» tem três principais objectivos: prevenir o consumo do tabaco entre os jovens, ajudar quem quer deixar de fumar e alertar para os perigos do fumo passivo.
Mortalidade feminina aumenta com o tabaco
Mas o que motiva a proliferação de campanhas antitabagismo? As razões são várias. A ENSP apontou algumas aquando do lançamento da campanha «HELP». Por um lado, na União Europeia, «a mortalidade feminina em consequência do tabaco está a aumentar». Em 2000, pelo menos 148 mil mulheres morreram prematuramente devido a doenças relacionadas com o tabagismo, tais como cancro e problemas cardiovasculares – uma percentagem de 7% relativamente ao total da mortalidade feminina.
Em muitos países da União Europeia, o tabagismo é, actualmente, mais frequente entre as jovens de 15 anos do nos rapazes com a mesma idade. Outro facto devastador é que o número de mortes por cancro do pulmão está a aumentar entre as mulheres, ultrapassando já o número de mortes por cancro da mama.
Também já não é novidade que o tabaco é a principal causa de impotência sexual entre os homens jovens, pois «provoca uma diminuição do fluxo de sangue ao pénis e pode danificar as válvulas que contribuem para a manutenção da erecção». Isto é o que conclui o relatório «O impacto do tabagismo na vida sexual, reprodutiva e infantil», do Conselho Científico e Centro de Recursos de Controlo do Tabaco da Associação Médica Britânica.
Os homens fumadores, em comparação com os não fumadores, apresentam, também, um maior número de espermatozóides com deficiências e malformações.
Madalena Barbosa
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