É ligeiro, mas nota-se um aumento no primeiro consumo de tabaco entre os jovens, em Portugal.
“Embora o consumo de tabaco seja inferior, em 2012, ao verificado em 2007, o que se verifica é uma ligeira tendência de aumento na experimentação do consumo entre os jovens escolarizados. É uma situação que teremos de continuar a observar. Há uma aparente tendência que teremos de confirmar”, afirma à Renascença a coordenadora do Programa Nacional de Combate ao Tabagismo da Direcção-Geral da Saúde, Emília Nunes.
Os números resultam de um questionário realizado em meio escolar pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependência.
O objectivo do Programa de Combate ao Tabagismo é ambicioso: reduzir em 2%, até 2016, o número de fumadores com mais de 15 anos de idade.
Ainda não há estudos que permitam avaliar os primeiros resultados, mas as consultas para deixar de fumar parecem estar a resultar.
Rastreios gratuitos no Porto
Dia Mundial Sem Tabaco |
No Dia Mundial sem Tabaco, o Hospital Privado da Boavista, no Porto, promoveu um rastreio gratuito para fumadores. A iniciativa serviu para sensibilizar os consumidores para as consequências nefastas do vício.
Essa sexta-feira, os fumadores foram convidados a perceber o que o consumo do cigarro faz à saúde e a reflectir sobre a possibilidade de abandonarem o vício.
“Dar a possibilidade aos fumadores de, por um lado, avaliarem o seu grau de dependência, de poderem fazer avaliação do nível de intoxicação por monóxido de carbono e terem um aconselhamento para poderem entrar num programa de prevenção tabágica”, explica o pneumologista Miguel Guimarães.
O processo é, muitas vezes, encarado como uma perda de algo que até dá um certo prazer, mas Miguel Guimarães diz que é precisamente o contrário: “Nas primeiras horas depois de deixar de fumar já começa a ver alguns benefícios, no olfacto, no paladar, no aspecto da pele”.
Segundo dados do ano passado, Portugal tinha 23% de população fumadora regular.
Mais de 80% dos dentistas aconselham programas para deixar de fumar
Mais de 80% dos dentistas aconselham programas ou consultas de cessação tabágica aos seus doentes e 13% receitam medicamentos para substituir a nicotina, revela um inquérito realizado pela Ordem dos Médicos Dentistas.
A Ordem lembra que as taxas de abandono do vício do tabaco sobem entre 15% e 20% quando os profissionais de saúde incentivam e ajudam os doentes a deixar o vício do tabaco.
No inquérito realizado, a que responderam mais de 1.800 médicos dentistas, 91% afirmaram que conversam com os doentes sobre os malefícios do tabaco, mais de 80% aconselham programas ou consultas de cessação tabágica e 13% prescreveram terapias de reposição da nicotina.
"Os hábitos tabágicos diminuem a resposta do sistema imunitário perante as infecções orais. As consequências do hábito do tabaco vão desde a simples halitose, conhecida como mau hálito, até doenças mais graves como o cancro oral, que tem neste hábito o principal factor de risco", salientam os médicos dentistas.
Cerca de seis milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao consumo de tabaco, quer enquanto fumadores activos, quer de forma como fumadores passivos.
A Organização Mundial de Saúde, que instituiu o Dia Mundial sem Tabaco, prevê que, em 2030, o tabaco venha a ser a maior causa de morte em todo o mundo.
A data é assinalada todos os anos pelos países aderentes à proposta de controlo do tabagismo no mundo, porque o hábito de fumar, independentemente da qualidade, quantidade ou frequência, é considerado pela OMS como a principal causa de morte (evitável) em todo o mundo.
Por cá, o lema da Direcção-Geral da Saúde é “um ano sem fumar poderá significar o resto da vida sem pegar num cigarro”.
Fonte: Rádio Renascença
Sem comentários:
Enviar um comentário