Cigarro Eletrónico - Um mundo de contradições

Desde que apareceu, o cigarro electrónico esteve sempre envolvido em polémica e contradições.
Inicialmente as questões prendiam-se essencialmente com a legalidade do seu uso em locais fechados onde está proibido fumar, mas rapidamente se multiplicaram os utilizadores e as vendas online deram lugar a lojas destes aparelhos um pouco por toda a parte o que demonstra a sua aceitação no mercado.
LOJA DE CIGARROS ELETRÓNICOS
Verificamos que tem vindo a ser divulgados artigos com opiniões fundamentadas em supostas investigações científicas, tanto a favor como contra o cigarro electrónico.
Os artigos que o enaltecem costumam ser alvo de acusações de serem pagos pelas próprias empresas fabricantes destes aparelhos, por outro lado os que alertam para os perigos que o seu uso envolve são imediatamente conotados com a industria tabaqueira tradicional.
Assim, os cidadãos acabam por não saber qual das versões é a verdadeira embora o mais provável é que a verdade esteja algures entre ambas, sendo o cigarro electrónico muito menos prejudicial que o tabaco convencional mas não deixando de representar também riscos para a saúde.
Cabe a cada um a decisão de escolher entre ambos, sendo que, sem sombra de dúvidas, a melhor opção é não fumar. 

ARTIGO FAVORÁVEL (31 DE JULHO DE 2014) AGENCIA REUTERS
Estudo revela que cigarro eletrónico é menos prejudicial do que o tabaco convencional

O cigarro eletrónico é menos prejudicial do  que o tabaco convencional, afirmaram hoje investigadores britânicos após  realizarem aquela que é considerada a maior revisão da literatura científica  sobre os efeitos deste produto.  

Resultados de um novo estudo sobre a matéria divulgado pela publicação  científica ScienceDaily refere que, apesar dos efeitos do uso dos cigarros  eletrónicos serem desconhecidos, esse são menos prejudiciais à saúde comparativamente  aos cigarros convencionais. 
No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem uma visão  conservadora sobre o cigarro eletrónico desaconselha "vivamente" a sua utilização,  e, em Portugal, também a Sociedade de Pneumologia (SPP) tem alertado que  não se conhecem os efeitos destes produtos na saúde. 
De acordo com a ScienceDaily, a revisão feita pelos investigadores da  Universidade de Queen Mary de Londres conclui que, apesar de lacunas no  conhecimento, as provas que atualmente existem não justificam que se regule  com mais rigor os cigarros eletrónicos mais do que os cigarros convencionais.
A revisão científica foi conduzida por uma equipa internacional que  há anos lidera pesquisas sobre os efeitos do tabaco. Citado pela ScienceDaily, o investigador da Universidade de Queen Mary  de Londres, Peter Hajek, considerou que "a evidência é clara: os cigarros  eletrónicos devem ser autorizados a competir contra os cigarros convencionais  no mercado".   
"Os profissionais de saúde devem advertir os fumadores que não estão  dispostos a abandonar o uso de nicotina a trocar o cigarro convencional  pelo eletrónico. Os fumadores que não conseguirem parar com o atual tratamento  podem beneficiar-se ao passar a usar os cigarros eletrónicos", acrescentou  Peter Hajek. 
Um estudo divulgado em junho estima que quase 30 milhões de europeus  experimentaram cigarros eletrónicos em 2012, sendo que a maioria, com idades  entre 15 e 24 anos, fumava tabaco tradicional regularmente e já tinha tentado  deixar o vício. 


ARTIGO CONTRA (22 DE JANEIRO DE 2015) AFP
CIGARRO ELETRÓNICO PODE SER CINCO A QUINZE VEZES MAIS CANCERÍGENO
O vapor com nicotina dos cigarros electrónicos pode produzir formaldeído, uma substância que o torna cinco a quinze vezes mais cancerígeno do que o cigarro comum, revela um novo estudo publicado esta quinta-feira.
"Constatamos que durante o processo de vaporização dos cigarros electrónicos  pode formar-se formaldeído ", destacam investigadores da Universidade de Portland, no estado norte-americano de Oregon, no estudo publicado no jornal médico New England Journal of Medicine.
Os cientistas utilizaram uma máquina para "inalar" o vapor dos cigarros eletrónicos de baixa e alta tensão para determinar como se forma o formaldeído - uma conhecida substância cancerígena - a partir do líquido que estes dispositivos  utilizam.

Durante a experiência, a equipa de investigação constatou que quando o cigarro electrónico aquece o líquido a alta tensão (5 volts) produz-se uma taxa de formaldeído mais elevada do que a do cigarro comum.
Desta maneira, o utilizador do cigarro eletrónico que inala diariamente o equivalente a três mililitros deste líquido vaporizado absorve cerca de 14 mg de formaldeído, contra as 3 mg para quem fuma um maço de cigarro comum.
A longo prazo, a inalação diária de 14 mg desta substância nociva pode aumentar entre cinco a quinze vezes o risco de cancro, destaca o estudo.

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