Exposição das crianças ao fumo ambiental do tabaco (FAT).
Avaliação de uma intervenção preventiva.
Resumo
Objectivo: Avaliar a eficácia de uma intervenção preventiva, dirigida a alunos do 4.º ano de escolaridade e aos seus pais/encarregados de educação, com a finalidade de reduzir a exposição das crianças ao fumo ambiental do tabaco (FAT) no domicílio.
Material e métodos: Trata-se de um estudo pré-experimental, do tipo pré-teste e pós-teste, com alunos pertencentes a 32 escolas do 1.º ciclo do ensino básico, de cinco agrupamentos de escolas do concelho de Braga, no ano lectivo 2007/08. Foi aplicado um questionário de autorrelato, em contexto de sala de aula, antes e depois da intervenção. Na análise de dados, foi utilizado o qui-quadrado, por se tratarem de variáveis de categoria.
Resultados: A prevalência de crianças expostas diária ou ocasionalmente ao FAT, pelo facto de pelo menos um dos conviventes fumar em casa, desceu dos 42,2% para os 32,6% (p=0,001). A percentagem de alunos, filhos de fumadores, que percepcionam que o pai fuma diária ou ocasionalmente em casa baixou de 68,0% no pré-teste para 51,6% no pós-teste (p=0,001). Em relação às mães, não houve uma redução estatisticamente significativa.
Conclusão: O Programa Domicílios Sem Fumo terá sido eficaz em prevenir o consumo dos pais e outros conviventes em casa, tendo por isso ajudado a reduzir a prevalência de crianças expostas ao fumo ambiental.
No entanto, verifica-se que ainda há cerca de um terço de crianças expostas, o que releva a necessidade de investimento em intervenções nesta área. Os profissionais de saúde, em especial os pediatras, devem aconselhar os pais a parar de fumar, sobretudo em casa.
Rev Port Pneumol 2010; XVI (1): 57-72
TAGS: fumo passivo, prevenção do tabagismo, promoção da saúde, educação para a saúde, tabagismo, tabagismo em Portugal
Artigo da Revista Portuguesa de Pneumologia
Por: José Precioso, Catarina Samorinha, José Manuel Calheiros, Manuel Macedo, Henedina Antunes, Hugo Campos.
Sem comentários:
Enviar um comentário